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domingo, 28 de outubro de 2012

JOAQUIM BARBOSA – A VINGANÇA EM NOME DA JUSTIÇA

Por Carlos Henrique Machado Freitas

Seguindo os mandamentos da mídia, Joaquim Barbosa se transformou no prato predileto dos bistrôs da elite brasileira. Basta buscarmos em nossas raízes para lembrar que os donos da onça sempre gostaram de assistir aos negros escravos e índios na grelha das várias inquisições protagonizadas pelas oligarquias.

Barriga cheia para esse mundo é agora José Dirceu e José Genuíno que estão sendo de forma cuidadosa preparados para serem servidos na bandeja do luxuoso prato pelo garçom Joaquim Barbosa. E é o próprio que, no STF, transforma-se em “chef” e cozinheiro da gastronomia bizarra que proclama a limpeza do Brasil em nome da ética.

Joaquim Barbosa embarcou no roteiro da mídia para buscar caminhos alternativos golpeando a constituição para dar todos os sabores da imaginação aos linchadores de plantão. Um verdadeiro boneco com conteúdo inteiramente gratuito a serviço da vingança das elites contra o PT.

Na verdade o que está reservado ao futuro de Joaquim é a imagem de guru das milícias, das cortes marginais das forças paralelas ao Estado. Esse influxo que revelará a profunda decadência do “herói do Brasil” dará ao notório Ministro Joaquim Barbosa o título público de Torquemada.

Quem tem assistido à novela do STF percebe a aflição vingadora do espírito de um juíz que conduz ao suicídio o próprio Supremo Tribunal Federal. Joaquim quer permanecer na cena, prolongando o máximo possível a sua imagem sobre o vazio das provas. Gesticula, amplia o volume de sua voz, mantendo-se assim portador de uma severidade medieval que beira à esquizofrenia e ataca quem não alcançar sua amplitude romanceada por uma “sensibilidade” contra os “corruptores e corrompidos”. Tudo para dar gosto ao nucleozinho de civilização refletido nas mesas da elite do Rio de Janeiro, mas sobretudo as da elite de São Paulo.

Joaquim Barbosa se transformou num amante de si mesmo, num personagem novo, num vago transgressor da constituição encarnando o espírito profundo da cultura das oligarquias brasileiras e seus eternos complexos de inferioridade, principalmente diante da Europa e dos Estados Unidos. Talvez por isso Joaquim tenha se debruçado eletricamente para deferir contra a constituição brasileira sua lógica de pessimismo e enaltecer a constituição americana, oferendo aos condenados a corda do enforcamento, coisa típica da barbárie americana que reflete uma civilização que caminha a passos largos para a decadência moral e, consequentemente econômica.

Joaquim Barbosa, de cinco em cinco minutos, mantém o dogma do inquisidor e, numa clássica dimensão de seu ódio como genial teoria do direito, da justiça, expõe a espessura dos paus e pedras que devem ser jogados aos hereges que trairam os costumes das sociedades ocultas.

A máquina do tempo já cobra de Joaquim a desaparição do herói da Veja. O chinfrineiro imperador que sugere a civilização da vingança não merecerá, num futuro muito próximo, um minuto de atenção. E a coroa de louros que a mídia lhe concedeu, não demora, se transformará em uma coroa de espinhos.

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