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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Rendimento dos trabalhadores cresce mais nas faixas de menor poder aquisitivo, diz IBGE

Ganho médio aumenta 8,3% e dos mais pobres, 29,2% 

Os trabalhadores que estão entre os 10% que ganham salários mais baixos tiveram um aumento maior do que os outros 90% que ganham mais, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, divulgada nessa sexta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os salários nesta faixa mais baixa passaram de R$ 144 mensais para R$ 186, o que significa um aumento de 29,2% entre 2009 e 2011. No período, a média dos rendimentos vindos do trabalho de todos os brasileiros cresceu 8,3%, passando de R$ 1.242 para R$ 1.345.

De acordo com o IBGE, os rendimentos aumentaram proporcionalmente mais nas faixas menos favorecidas e, quanto melhor posicionado o trabalhador no mercado, o ritmo de aumento de ganhos diminui. Considerando os trabalhadores domésticos com carteira de trabalho assinada, por exemplo, o aumento no rendimento foi de 5,2%, enquanto para os sem carteira foi de 15,2%. “A Pnad ajuda a comprovar que a população pobre trabalha e quer melhores oportunidades”, diz a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.

Gini - Quando consideradas todas as fontes, o rendimento médio mensal real das pessoas apresentou ganho de 4,6%, atingindo o valor de R$1.279. Com isso, a medida da desigualdade (o Índice de Gini) recuou de 0,518 em 2009 para 0,501 em 2011, para os rendimentos de trabalho no Brasil. Esse aumento na distribuição de renda fez o índice recuar em todas as modalidades de cálculo (veja gráfico). Quanto mais próximo de zero, menos concentrada é a distribuição dos rendimentos. 

Em 2011, os empregados com carteira de trabalho assinada obtiveram ganho real de 4,9% em relação a 2009. Também tiveram acréscimo no rendimento do trabalho principal os militares (6,2%) e estatutários (11,6%). Em 2011, os 10% da população ocupada com os rendimentos de trabalho mais elevados concentraram 41,5% do total de rendimentos de trabalho. 

O trabalho infantil diminuiu em todas as faixas etárias, em todas as regiões e em números absolutos. A queda mais expressiva foi entre crianças de 5 a 9 anos, da ordem de quase 30%. Nos últimos dois anos, quase 600 mil crianças e jovens deixaram de trabalhar.

Mais avanços – De acordo com a ministra Tereza Campello, os resultados da Pnad são do ano passado, anteriores às ações do Brasil Carinhoso - um conjunto de medidas que buscam retirar da miséria crianças de até seis anos. “Hoje, podemos afirmar com certeza que os dados de 2012 já são melhores.” Somente com o plano foi possível reduzir em 40% a extrema pobreza no País. Entre as crianças de até seis anos, o impacto foi ainda maior: 62% saíram da miséria. “O Brasil mostra ao mundo que é possível crescer e incluir ao mesmo tempo e que a inclusão dos mais pobres contribui para o crescimento do País.” 

População chega a 195,2 milhões

Em 2011, a população residente no Brasil foi estimada pelo IBGE em 195,2 milhões, 1,8% (ou 3,5 milhões) mais do que em 2009. As mulheres representavam 51,5% (100,5 milhões). Na população feminina, 46,7% tinham até 29 anos de idade e, 53,3%, tinham 30 anos ou mais. Já entre os homens, os percentuais foram de 50,5% e 49,5%, respectivamente. Entre as pessoas com 15 anos ou mais, 57,1% (85,5 milhões) viviam em união com cônjuge ou companheiro(a).

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