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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Dilma abre 67ª Assembleia da ONU propondo pacto global pró-retomada do crescimento

Presidenta Dilma na Onu
A presidenta Dilma Rousseff fez na manhã de ontem (25), na sede da ONU em Nova York, um dos mais contundentes pronunciamentos dentre os que ela já fez de críticas à forma como os países ricos enfrentam a crise econômica global.

"A opção por políticas fiscais ortodoxas vem agravando a recessão em economias desenvolvidas. (...) As principais lideranças do mundo desenvolvido ainda não encontraram caminho que articula ajustes fiscais apropriados e estímulos ao investimento e à demanda indispensáveis para interromper a recessão e garantir o crescimento econômico", disse a chefe do Estado brasileiro na abertura da assembléia deste ano, que reúne representantes dos 193 países-membros da Organização.

Neste discurso inaugural da da 67ª assembléia da ONU a presidenta Dilma advertiu que a crise econômica internacional iniciada no 2º semestre de 2008 "ganhou novos e inquietantes contornos". E que neste contexto, medidas de proteção econômica, como as adotadas pelo governo brasileiro para defender a indústria nacional, não podem ser "injustamente classificadas como protecionismo".

Presidenta propõe pacto pelo crescimento global

A presidenta classificou de "falso dilema" a avaliação de que medidas de ajuste fiscal não devem ser atreladas às de estímulos ao crescimento econômico. Citou o exemplo do Brasil onde, segundo ela, crescimento e austeridade convivem. "Superamos a visão incorreta que contrapõe, de um lado, as medidas de incentivo ao crescimento e, de outro, os planos de austeridade. Esse é um falso dilema", proclamou.

"A legítima defesa comercial - prosseguiu - está amparada pelas normas da Organização Mundial do Comércio.(...) O protecionismo e formas de manipulação do comércio devem ser combatidas". Na sequência, acrescentou que algumas ações (protecionistas e de enfrentamento da crise) ocorrem de "forma espúria e fraudulenta".

Por isso, a chefe do governo do Brasil propôs como "urgente" a construção de um "amplo pacto" pela retomada do crescimento global. Sem ele não há saída, alertou. "Não haverá resposta eficaz à crise enquanto não se intensificarem esforços de cooperação entre os países e organismos multinacionais, como o G20, o FMI e o Banco Mundial."

Contra o preconceito islamofóbico

A abertura da 67ª assembleia anual da ONU se dá em meio à grande tensão vivida em vários países do Oriente Médio, com protestos e ataques a representações diplomáticas norte-americanas no mundo árabe. No discurso, a presidenta Dilma voltou a defender a soberania da Palestina, cndenou os ataques e intervenções armadas contra outros países e criticou o que chamou de "preconceito islamofóbico".

Desde que o Brasil foi o 1º país a aderir à ONU, em 1945, e o representante brasileiro, chanceler Oswaldo Aranha, foi o primeiro a discursar na Assembléia Geral de 1947, cabe tradicionalmente ao chefe do Estado brasileiro abrir a encontro anual na sede da ONU.

No ano passado, já na condição de presidenta da República, a chefe do governo brasileiro tornou-se a primeira mulher na história a abrir uma assembleia geral anual na história da ONU.

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